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Estamos passando por um momento sem precedentes na história pós-moderna da sociedade. Sabemos que a humanidade já enfrentou guerras, crises e epidemias que matou muita gente, mas nada comparado as atuais proporções.  Agora passamos por um momento diferente, pois no mundo globalizado as epidemias não ficam restritas em um único lugar, e assim assistimos o início de uma pandemia que está atingindo extensões mundiais.

Contudo, diferentemente do que aconteceu em outras épocas, temos agora informações que podem ser utilizadas como aliadas no combate à proliferação do vírus. Informações válidas são embasadas em pesquisas científicas as quais apontam que o Distanciamento Social agora é melhor forma que temos para impedir que o vírus se alastre e contamine ainda mais pessoas.

Entendemos que nem todos os sujeitos tem a possibilidade de realizar os seus trabalhos de casa, entretanto essa seria a maneira mais eficaz de barrar a circulação do Covid-19.

Mas o que acontece com as pessoas que estão em isolamento social? Como essas tem lidado com o fato de ter que se distanciar da sua rotina, dos amigos, e da liberdade de ir e vir? Mesmo sabendo que essa estratégia é por um bem maior, coletivo e social, não podemos negar que para muitas pessoas o fato de mudar a rotina afeta as emoções e podem gerar situações que propiciem o desencadeamento de sintomas de transtornos tais como a ansiedade, crise do pânico e depressão.

O Conselho Federal de Psicologia publicou na última semana uma autorização para que os Psicólogos possam realizar atendimentos online. São beneficiados assim, tanto as pessoas que já estavam em acompanhamento psicoterapêutico, como ainda as pessoas que tenham dificuldades psicológicas para enfrentar a atual situação. Desta forma conseguimos preservar tanto a saúde do profissional como dos pacientes. É uma estratégia de cuidado válida para oferecermos escuta e cuidado em tempos de angústia e aflição.  

O mais aconselhável para quem tem a possibilidade de ficar recluso em casa é ter uma rotina. É importante manter os horários de acordar, das refeições e se possível se exercitar. Leia um livro, assista filmes e tente não consumir tanta notícia que faça você se desesperar com a situação do mundo. Precisamos nos informar o suficiente para sabermos que sim, é uma situação grave, mas também precisamos manter o otimismo que essa situação irá passar.

Aproveite esse tempo para se cuidar. Se perceber que está tendo dificuldades em lidar com o isolamento social ou quarentena, me avise que agendamos uma consulta por telefone ou vídeo. Essa poderá ser via Skype, Hongouts, WhatsApp ou Facetime.  

Desejo o quanto antes podermos voltar à nossas rotinas e nosso espaço habitual de escuta, acolhimento e trabalho analítico. Mas por enquanto, a distância é imprescindível. 

* Rayssa Karla Dourado Porto - Psicóloga (CRP 18/02443)